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23 de setembro de 2022Depois que eu mergulhei a fundo no empreendedorismo, passei a entender muito bem o meu pai e suas idas e vindas da praia quando estávamos de férias.
Meu pai é aquele empreendedor que vive e respira o negócio. Acorda de madrugada pensando nas demandas do cliente e é o primeiro a chegar na empresa. Felizmente, ele está pisando no freio, perto de completar 71 anos de idade. Mas, o que eu sempre presenciei foi um empreendedor dedicado a todos os aspectos do seu negócio.
E isso também acontecia durante as nossas férias. Quando eu era pequena, meus pais tinham uma casa na praia, que fica há cerca de seis horas de viagem da minha cidade natal (parando algumas vezes para lanche e almoço). Ele nos levava (uma mudança completa!) para quase dois meses de férias. Minha mãe era bancária e, por trabalhar demais, sempre tinha horas que aproveitava durante nossas férias escolares para estender por mais de um mês suas próprias férias.
Meu pai, já com seu escritório de contabilidade como referência em nossa região, não podia ficar. E eu nunca entendi o porquê. Ele nos levava, passava a semana do ano novo e depois voltava para a nossa cidade. Fazia esse vai e volta pelo menos umas três vezes dentro de um mês e meio, mais ou menos, até todos irmos embora juntos.
É claro que hoje em dia as coisas são diferentes. Se fosse teletransportado para o futuro, poderia simplesmente levar seu notebook e trabalhar remotamente para seus clientes, além de organizar e acompanhar o trabalho dos colaboradores (aliás, é o que ele fazia antes de iniciar o processo de aposentadoria). Mas, ainda não existiam todas essas facilidades.
A questão é que, hoje, mesmo tendo mobilidade, eu não entro de férias de verdade do meu negócio. Apesar de não fazer várias viagens como o meu pai, o meu escritório portátil – o smartphone – está sempre comigo, e o contato com sócios, colaboradores, fornecedores e clientes nunca cessa totalmente.
“Ah, mas você precisa desligar de verdade, descansar!”. É verdade, nós empreendedores precisamos. Mas, que jogue a primeira pedra aquele que não mandou uma mensagem em meio a uma viagem de férias com os filhos para saber como vão os resultados do comercial. Ou quem não anda com um caderninho ou o bloco de notas do celular aberto anotando todos os insights que tem para o negócio durante aquele passeio.
O que hoje ficou muito claro para mim é que essa questão não está ligada a quanto avanço tecnológico temos em relação à mobilidade, mas à mente do empreendedor.
A mente do empreendedor não tira férias. O meu pai nunca tirou férias de verdade dentro da sua mente.
O empreendedor estará sempre ligado em seu negócio, mesmo que no lugar mais distante da sede de sua empresa – SE ela tiver uma sede. O olhar estará sempre atento para novidades, processos que podem ser interessantes de adaptar e implantar em seu negócio, inovações. Estará sempre preocupado com o andamento de tudo, com o funcionamento do software, com o atendimento aos clientes, com os resultados da semana. Ele pode não precisar estar, mas seu pensamento está!
Isso é diferente de ser viciado em trabalho, viu! Inclusive, eu tenho um texto aqui no LinkedIn sobre isso. Para acessar, clique no link: https://www.linkedin.com/pulse/sejamos-worklovers-let%C3%ADcia-r-ara%C3%BAjo/.
Hoje, se as férias são curtas, tento desligar completamente, mas sem impor regras: se uma ideia surgir ou se acabar falando do negócio, tudo bem! Se a viagem é mais extensa, defino períodos curtos em que poderei me inteirar do que está acontecendo – seja por conversas ou acompanhando em aplicativos de produtividade de equipes, como o Trello, direcionar demandas e seguir o meu descanso merecido. Mas, a mente está sempre lá, trabalhando nem que seja um pouquinho.
Se você é empreendedor, me conta se concorda ou não com esta reflexão! E como acontece este processo de férias para você.
Foto de Yan Krukov.